Coisas Simples da Vida

Olá meus amigos,

Na semana anterior eu tinha parado para pensar como a vida é feita de coisas simples. Tudo começou quando eu tinha decidido dar um simples passeio na Lagoa para ver a árvore de natal. Um simples passeio com um amigo. Inclusive fiz uma coisa que não fazia há anos: andar de balanço. Senti-me uma criança. E fiquei impressionado como uma coisa tão simples pôde me deixar tão feliz. E essa idéia de simplicidade continuou quando eu li o seguinte texto de Clarice Lispector:

“Ato Gratuito

(...) O ato gratuito é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim – que esta é toda paga.
(...)
Uma tarde dessas (...) percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordara. Eu estava simplesmente cansada de morar num apartamento. (...) Eu precisava – precisava com urgência - de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisasse pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.
Então minha própria sede me guiou. (...) Interrompi meu trabalho, (...) tomei um táxi que passava e disse ao chofer: ‘Vamos ao Jardim Botânico’.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato, de olhos entrefechados de felicidade.
Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para viver.
(...) Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro, ao vento, ao ar, à vida(...).
(...)
De propósito não vou descrever o que eu vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. (...) Eu andava, andava. Às vezes parava. (...) Eu sentia um medo bom – como um estremecimento apenas perceptível de alma – um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! Achar a porta de saída.
Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. (...)Bebi, molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim.
O chão estava às vezes coberto de bolinhas de ararueira, daquelas que caem em abundância nas calçadas de nossa infância e que pisamos, não sei porque, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom.
Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar(...).”

Outra coisa que me fez parar e pensar no assunto foi a microssérie a TV Globo “Hoje é dia de Maria”, que me transportou durante duas semanas para um mundo extraordinário, cheio de encantos e fantasias. Uma verdadeira obra de arte na TV, como eu nunca havia visto. Uma história onde a personagem principal, apesar de todas as dificuldades, acredita no poder do amor e da amizade e segue o seu caminho sempre acreditando no sonho.
E pra terminar, fui no show da Maria Rita na praia, que me fez muito bem depois de uma semana de muita tristeza.
Cheguei a conclusão que, na vida, não precisamos de fortuna porque as coisas mais simples são de graça, como andar de balanço, andar no meio do mato, se molhar todo num chafariz (ou que seja numa mangueira mesmo), pisar na areia da praia, passear com os amigos, assirtir a um bando de eventos que há na cidade de graça, acreditar nos seus sonhos e o mais importante: amar, seus amigos, namorados, sua família ou qualquer outra pessoa. Um simples olhar, um abraço, um toque, uma simples palavra de conforto, um “tô aqui”, um “eu te amo”. São nessas pequenas coisas que deveríamos prestar mais atenção e dar mais valor. Elas fazem a vida mais feliz.

Só pra não perder o costume de falar dos filmes que vi, vi dois:
Irreversível: razoável, porém violento demais.
Identidade: muito interessante e surpreendente. Confiram.

Beijos e muito amor no coração de todos. Comentem.
Léo.

Só o que me restou...

Essa semana estava cheio de idéias para escrever aqui. Mas tudo explodiu na minha cabeça, e, nesse domingo sem graça, só me restou isso:

Tantos beijos e abraços
Tanta libido escorrendo pelo chão
Quanto desperdício

Tudo não passa de um disfarce
Porque é tudo tão sem gosto
Sem gosto como tem sido minha vida
Meus dias
Dias que entram e saem
E que não dizem nada

Tudo isso porque você não está aqui
Perdi você.

Lembranças

Gente, essa semana foi muito especial para mim porque fui a dois lugares que tinha muita vontade de ir, mas só agora tive oportunidade. Primeiro, vi a árvore da Lagoa (na quarta) e hoje, depois de não poder sair com uns amigos, já que eles só confirmaram sair em cima da hora, me impedindo de trocar a escala no trabalho (inclusive agora estou aqui no trabalho), fui na Sapucaí pela primeira vez com meu amigo Gustavo e o Thiago (do prédio dele). Vi o ensaio da minha escola Mocidade e da Viradouro. É uma sensação indescritível. Espetacular as baterias, principalmente a da Viradouro. Salvou o domingo. Aliás, salvou muito bem. (mas, com o Gustavo, nem é preciso ir pra Sapucaí; basta tomar um Açaí que salva meu dia).
Outra coisa relevante que aconteceu essa semana foi uma cena que vi que me incomodou muito. Fui na Igreja dos capuchinhos, na Tijuca, num dia de festa deles. A igreja estava lotada e no final da missa, uma senhora pedia que alguém pagasse um pastel numa daquelas barraquinhas para a criança que estava com ela. E não tinha uma carola que se pagasse. Aquilo me revoltou. Elas enchem o rabo do padre de dinheiro e não têm a capacidade de pagar um pastel de uma criança com fome. Onde está a fé dessas pessoas? Acho que é uma fé artificial demais.
Bem, mas vocês devem estar se perguntando porque o nome do post é "Lembranças" se até agora eu não falei nada sobre isso. Na realidade, é por causa de um texto que escrevi no meu trabalho (até porque é um lugar ideal para ter inspiração, já que em 95% dos dias não há nada para fazer) e que vou mostrar agora. Logo depois dele vem outro texto meu (sem nome) e em seguida a letra de uma música de Juliano Courtois que é interpretada de uma forma inigualável pelo Fat Family. Quem tiver a oprtunidade de baixar da Internet, faça-o, porque é ótima.
Vamos lá:

Lembranças

E fechei os olhos
Senti tua respiração ofegante
Tuas mãos percorrendo meu corpo
Era como se uma onda de gozo me invadisse

Coloquei ambas as mãos em você
Invadi seu corpo como se fosse dono
E era dono
Dono do teu amor

E depois de instantes de prazer
Senti tua boca
Senti teus abraços
E deitei minha cabeça no teu ombro
Inesquecível

Mas abri os olhos
E descobri que tudo não passava de lembranças
Lembranças de quando eu era teu
Lembranças de quando eu era eu.

(Texto sem nome)

Hoje passei o dia
Com uma sensação louca
Do gosto da tua boca

E em segundos
Pude te sentir em mim.
Nossos corpos fundidos
E uma vontade interminável
De ser teu outra vez.

Não choro mais. Me proíbo.

Mas meu corpo é teu.
Minha alma é tua.
Meu coração ainda clama pelo teu.
Sonho com você.
Desejo você.
Sou de você.
Hoje e sempre.

Fácil de Dizer

"Amor, palavra fácil de dizer
Difícil de entender
Suave como o vento a te render
Tua beleza vem trazer
A cada amanhecer
Lembrança que eu fiz
Foi sem querer

Já é hora de perder o medo
E te mostrar quem sou
Chega de esconder
O que já se mostrou

Se era amor
Ou paixão...
Fui cego."

Só pra encerrar, essa semana vi três filmes:
"A fuga das Galinhas" - Poderia ter sido bem melhor
"Avassaladoras" - Horrível de tão patético
"Belline e a Esfinge" - Muito bom. Produção barata, mas um enredo surpreendente. Daqueles filmes que dão prazer.

Bjs para todos e muito amor.
Léo.

Your Song: Ricardo

Feliz 2005!
Decidi esse ano fazer um post por mês para dedicá-lo a um amigo.
Essa primeira postagem de 2005 vou dedicar a uma pessoa que conheci em 2004 e que se tornou essencial em minha vida: Ricardo. Uma pessoa simplesmente maravilhosa que me ensinou muita coisa. Acertando e errando, ao seu lado aprendi coisas muito valiosas para a minha vida. E cheguei ao final do ano com um desejo cada vez maior de estar sempre próximo a você, não necesariamente fisicamente, mas espiritualmente.
É isso. Retribuindo o blog que um dia você postou em minha homenagem, lembro-te que estás todos os dias ao meu lado, ou melhor, detro de mim: no meu coração.
Ah! Quase cometi a gafe de não falar de seu dom artístico que encanta a todos. Tem uma sensibilidade artística incrível, faz poesias maravilhosas e ainda pinta. Cada painel espetacular que ele faz.
E, então, resolvi colocar a letra de uma música que eu amo: "Your Song". Os motivos para eu ter escolhido essa música são:
1 - Ele gosta muito da música;
2 - A música faz parte de um dos filmes prediletos dele (e meu também);
3 - A letra é muito significativa para mim: "How wonderful life is, now you're in the world"

Deliciem-se com essa letra maravilhosa.
Então, vamos a ela:

"My gift is my song...
and this one's for you
And you can tell everybody
that this is your song
It may be quite simple, but
now that it's done
I hope you don't mind,
I hope you don't mind
That I put down in words...
How wonderful life is now you're in the world

I sat on the roof
and I kicked off the moss
Well some of these verses, well they've,
they've got me quite cross
But the sun's been kind
while I wrote this song
It's for people like you that
keep it turned on
So excuse me forgetting,
but these things I do
You see I've forgotten if they're green or they're blue
Anyway, the thing is,
i really love you
Yours are the sweetest eyes I've ever seen

And you can tell everbody
that this is your song
It may be quite simple
but now that it's done
I hope you don't mind,
I hope you don't mind
That I put down in words
How wonderful life is,
now you're in the world
I hope you don't mind,
I hope you don't mind
That I put down in words
How wonderful life is, now you're in the world"

Imaginem que cena simples, mas significativa: sentar no telhado escrever tudo o que você sente por uma pessoa. Simples, mas importante.

E lembrem-se:
"The greatest thing you'll ever learn is to love,
and be loved in return"

Esse post é para você: Ricardo
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